Fiz a caminhada usual, almocei. Meio-dia. Convidam-me o sol e o céu e o mar, tão próximos, a uma ida à Praia do Forte. Não: deve estar cheiona de alegres turistas. Não: deve estar é vazia demais. Não: deve estar ocupada de famílias locais, narizes empinados pela riqueza e a antiguidade, que aqui é posto...
Enfim não saí; enchi uma travessinha de uvas, subi; deitei-me, a escutar um CD com “Casa Bianca” e "Quando m'innamoro" (Ornella Vanoni), “Dio, come ti amo” (Gigliola Cinquetti), etc.
Antes, porém, peguei um livro: em dúvida entre “Estruturas Narrativas” (Tzvetan Todorov), “Introdução à Semanálise” (Julia Kristeva) e “Elementos de Semiologia” (Roland Barthes), apossei-me do “Articulação Textual". Que nada melhor para a “sesta” do que entrar em contato – tudo em presença de música e de uvas – com lexemas, fonemas, monemas, dêiticos, situações interfrástica e intrafrástica, superestruturas narrativas... Emocionante, não?
Como complemento de tão irreal lazer dominical, já tendo relido e marcado as partes do livro, que de imediato me serviriam num futuro remoto, deliberei ler apenas as tais partes.
E aí veio o “estranhamento”: não ouvi nem o CD tocar a última canção nem as uvas migrarem para o meu estômago: li, li, li. Desmarcadamente. Que livro bom, gente...
Articulação Textual na Literatura Infantil e Juvenil, de Leonor Werneck dos SantosApresentação da Profª Drª Ingedore Koch.
Editora Lucerna, RJ, 2003.
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