domingo, 7 de fevereiro de 2010

Literatura de Resultados

O sonho, as boas intenções, o ato de escrever são aplausíveis; o resultado, porém, mostra-se com freqüência lamentável como literatura, restando apenas muito sentimento derramado inutilmente.
Costumam meus comentários serem ásperos, cruéis, mordazes, ácidos, irônicos. Admito todavia que há textos bem construídos, bem estruturados, atraentes porque bem escritos (e reescritos)...
Como há textos rigorosamente indolentes, escritos sem a mínima aspiração a se elevarem à arte, com uma displicência de espantar; grandes desperdícios poéticos, pequenos festivais de banalidades, a léguas de uma estrutura formal tocante com conteúdo sensível.
Há mesmo inacreditáveis poemas, quase poemas, ex-poemas, além-poemas. Acúmulo verbal de nadas. Simples demais, quase infantis, aos quais faltam profundidade e estro. Piores ainda que os meus (que rasguei todos!) aos dezesseis anos. Poderíamos perfeitamente passar sem eles...
Chega de desabafos mal-formulados em termos de poesia, não acham?
Como há os mais altaneiros, eloqüentes mas com algum conteúdo, fundados em justos desejos de felicidade. (Só que a Arte quer o dobro do dobro disso).
E por que mais altaneiros etc.? Porque mais meditados, mais sentidos, mais elaborados, e em conseqüência os prezamos mais. Dores transparentes.
E os poemas de fácil inspiração, feitos talvez entre a TV, a atenção às crianças e a verificação dos e-mails, tudo ao mesmo tempo? Não dizem, a rigor, nada. Tempo perdido. Atitude ideal: deletagem.


Alertem-me por favor sobre qualquer tipo de erro. E obrigado por me lerem!

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